Gostaria de pensar
no amor como algo que não pode ser ‘adocicado’ ou ‘idealizado’ em frases
românticas.
Amor é, contraditoriamente, poderoso e frágil; sua força impõe sem
coagir; sua potência prende enquanto liberta; seu vigor arrasta e, ao mesmo
tempo, desata qualquer barbante.
Sim! O amor é pai
da benignidade, irmão da justiça e parceiro da esperança.
Na antiga tradição
judaica os atos de bondade nutriram uma cultura de deixar as bordas da
plantação preservadas com o intuito de os pobres terem o que comer (Levítico
19.9-10); de abrigar os refugiados, imigrantes, para nunca um estrangeiro, que
foge da fome, da guerra, da perseguição, precisar dormir ao relento (Gênesis
18.3).
Filhinhos, para
redimir, o amor precisa queimar. Só quando a consciência arde com os enfermos,
com as crianças sofridas, com os idosos esquecidos, ou com alguém rejeitado, se
consegue exorcizar as demandas do egoísmo.
O antônimo do amor
não é o ódio, e sim a idolatria de si!
Eis o paradoxo mais
importante do amor: quanto mais nos esvaziamos de nossas próprias demandas mais
nos enchemos do único atributo que descreve Deus.
O amor tudo sofre,
tudo crê, tudo espera, tudo suporta...
Pr. Hiram Filho
Fortim
Ceará
27/06/19