Ministro do Evangelho

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sábado, 7 de maio de 2011

POR UM OUTRO MUNDO POSSÍVEL!

REFLEXÃO DO DIA DAS MÃES

No século XXI, o mundo balança numa imensa gangorra cósmica. Os acontecimentos sobem e descem numa velocidade alucinante; mal dá para tomar fôlego. Bem e mal se atropelam nas acrobacias econômicas, nos avanços da indústria bélica, nos transtornos energéticos, no desprezo ambiental. Respira-se um ar de suspense. Como castelo de cartas, tudo pode vir abaixo de um dia para o outro e, nas arquibancadas, metade do planeta engole o pavor da impotência. Intuímos que algo está fora do lugar.

Algo está errado com a religião que prevaleceu no Ocidente e que colocou o sacerdote engravatado a gesticular como dono da senha da abundância divina. Eles repetem que bastam algumas cédulas de reais para que as “bênçãos retidas por Satanás” deslanchem. São profissionais da religião que promovem uma espiritualidade que dá de ombros às mulheres com tigela na mão diante de fariseus que não conseguem dar uma esmola; mulheres que imploram por um punhado de arroz para servir de refeição para os filhos esquálidos.

Algo está errado com o poderio militar que o mundo considera a solução para tensões étnicas, religiosas e culturais. O progresso da tecnologia a serviço da morte se tornou perdulário: não pergunta quantos quilômetros o tanque de guerra faz com um litro de combustível, mas, quantos galões para percorrer um quilômetro. Milhões de dólares parecem migalhas quando se trata de mísseis, porta-aviões ou caças supersônicos. Pouca comparação é feita entre o poderio esmagador de um exército e a escassez de gaze, esparadrapo e penicilina numa clínica de periferia urbana. Enquanto bombas caem, orientadas por raios laser, a vacina que erradicaria a malária não sai de estágios experimentais.

Algo está errado com o entretenimento midiático que criou uma nova safra dos ricos e famosos sem habilidade, virtude ou competência. Um jogador de futebol, que ganha fortunas sem nenhum preparo acadêmico, exibe roupas de grife, carros importados e jóias como troféus. Resta perguntar: por que não se considera isso um acinte? Principalmente quando se sabe que aquelas coisas poderia suprir um vilarejo de água potável.

Algo está errado com um sistema econômico que dispõe de fábulas de dinheiro para socorrer grandes bancos da falência. Sabedor de que existe alienação e insensibilidade, o banqueiro fica livre para festejar o novo alívio financeiro. Enquanto perdura complacência poucos vão se lembrar que os impostos pagos por eles nunca chegarão ao transporte público; e o ônibus que pegam, continuará a arrastar-se, abarrotado, por avenidas engarrafadas.

Algo está errado com um mundo em que muitos, exaustos, não têm lágrimas para serem solidários com a mãe que acabou de enterrar o filho morto pelo tráfico. A robotização dos afetos se alastra e se vê cada vez menos compaixão; mas frios, homens e mulheres se desumanizam.

Algo está errado quando um país luta há anos para uma reforma tributária que não sai do papel, o Supremo Tribunal Federal trabalha dia e noite para dar aos homossexuais, plenos direitos de família.

Algo está errado com um sistema de saúde falido, com pessoas morrendo as portas dos hospitais sem atendimento, e os políticos gastando todos os centavos que viabilizariam qualidade em atendimento com os seus próprios interesses.

Algo está errado quando um pais têm uma Petrobrás, segunda maior produtora de petróleo da América latina, e o seu combustível ultrapassa os 3 reais por litro para que a riqueza do país não tenha como se locomover.

Diante disso tudo, só temos que confiar no amor de Deus, e no amor das mães. Amor que gera. Amor que se doa. Amor que amamenta. Amor que chora e que rir. Amor que não têm limites e não tem fim.

Mesmo diante dessa gangorra, com tanta coisas em jogo, espero que surjam mães dispostas a amarem seus filhos, criando-os num ambiente saudável recheado de afeto e carinho, e que nasça um outro amanhã.


Nele,


Pr. Hiram Filho

Fortaleza
Ceará

07/05/11